Em vídeo com mensagem de agradecimento aos eleitores na noite de segunda-feira, o candidato a prefeito derrotado nas eleições de Balneário Camboriú, Peeter Grando (PL), não aceitou a derrota nas urnas e disse que “as eleições ainda não terminaram”. “Sabe por quê? Porque o outro lado tem muito a se explicar para a justiça. O abuso do poder econômico, caixa dois, fraudes em pesquisas eleitorais, isso tudo que ser ainda explicado”, explicou. O vídeo foi compartilhado pelo prefeito Fabrício Oliveira (PL).

Ainda antes das eleições, Peeter informou em entrevista coletiva que entraria na justiça eleitoral com um pedido de cassação da candidatura de Juliana Pavan (PSD), após as denúncias de suposto esquema de caixa dois que abasteceria as campanhas tanto de Juliana como do pai, Leonel Pavan, para futuros contratos em BC e Camboriú.

“Logo, logo, a gente se encontra novamente”, prometeu, na mensagem aos eleitores. O candidato à sucessão do prefeito Fabrício Oliveira (PL) recebeu 26.995 votos (38,71%), com diferença de 2500 votos para Juliana, que venceu a disputa com 42,3% dos votos. Em Camboriú, Leonel Pavan também venceu.

O processo contra Juliana e Leonel Pavan foi protocolado no sábado pela coligação do PL de BC, por meio de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral, após a repercussão nacional das denúncias.  Na ação, segundo o PL, foram juntadas provas do suposto esquema de caixa dois, com pedido de quebra de sigilo das contas dos envolvidos.

O andamento do processo vai depender da investigação. Um dos eventuais efeitos pode ser decisão pra novas eleições em BC. Por outro lado, a coligação de Juliana Pavan também denunciou a chapa de Peeter Grando, com pedido de afastamento do secretário de Segurança, Gabriel Castanheira, por suposta interferência no processo eleitoral. Ele é acusado de montar a armadilha para um suposto operador de caixa 2 da família Pavan.

 

Zé Trovão "previu" derrota

 

Em vídeo nas redes sociais antes das eleições, o deputado federal catarinense, Zé Trovão (PL), "previu" a derrota do candidato do PL, Peeter Grando, pra prefeitura de BC e desabafou contra o grupo que chamou de “patotinha de babaca” por ter tirado o deputado estadual Carlos Humberto (PL) da disputa.

Zé Trovão fez o vídeo ao lado de Edson Fortes (DC), candidato a vereador que conquistou 696 votos e ficou na 3ª suplência em BC. O deputado criticou uma tentativa de cassação da candidatura de Edson, que teria partido da campanha de Peeter. Edson já foi assessor de CH e integrou a coligação da chapa de Juliana Pavan (PSD).

Para Zé, os dissidentes “não são de direita nem aqui nem nos quintos dos infernos”. Ele encerrou o vídeo  com a previsão de derrota, por culpa dos “idiotas de plantão”. “Vocês que tentaram cassar essa candidatura, vão perder essa eleição. Sabe por que vocês vão perder? Porque do outro lado tem gente séria pleiteando defender BC. Se vocês não respeitam a democracia – já não respeitaram, né, porque tem um cara [CH] que era pra ser o prefeito e que não vai ser por culpa dessa patotinha de babaca”, xingou.

Ao DIARINHO, Zé Trovão voltou a atribuir a derrota à escolha de Peeter. "O candidato natural do PL, que levaria as eleições com no mínimo 65% dos votos, se chama Carlos Humberto. Mas não, por um jogo político sujo e irresponsável, onde as pessoas não respeitam nem os acordos firmados nas eleições do governador Jorginho Mello (PL), atropelaram o CH", disse.

Na opinião de Zé Trovão, Peeter "não tinha preparo" e tentaram empurrá-lo "goela abaixo do povo". Ele ainda elogiou Ju Pavan, uma vereadora que, segundo ele, tem conhecimento profundo da cidade e é uma pessoa íntegra. Zé disse que o resultado das eleições "foi uma justiça muito grande em favor do povo da cidade".

O suplente Edson também afirmou ao DIARINHO que tem "plena certeza" de que CH teria vencido a eleição. "Eu andei por todo o centro e pelos bairros, e todos falaram: 'que maldade fizeram com Carlos Humberto".

Sobre as tentativas de derrubarem sua candidatura, Edson disse que o apoio de Zé Trovão e da deputada federal Daniela Reinehr motivaram os ataques. Edson criticou a eleição de Jair Renan (PL): "Se elegeu utilizando o sobrenome do pai. Queria ver uma entrevista dele em rádio, televisão ou jornais para saber se ele conhece as ruas, os bairros e os problemas da cidade".